Inspirada na prática milenar da arte do chá chinês, a coleção "A Arte de Viver” emerge como uma tentativa de reencontrar no cotidiano um espaço ético e sensível, onde o vestir também se torna um gesto de cuidado.
Após tardes e noites imersa na história, cultura e arte chinesa, foi na leitura da pesquisa do antropólogo Thiago Braga que encontrei o caminho que percorrería nesta coleção. No artigo "A Arte do Chá Chinesa Contemporânea e sua Analítica Imánente", o autor investiga como o chayi e o chadao — formas distintas, mas complementares, de se relacionar com o chá — são atravessadas por dimensões estéticas, éticas e cosmológicas, mediando o pensamento e a sensação na vida contemporânea.
Além de uma referência à tradição, a arte do chá contemporânea se revela como um fenômeno vivo, capaz de produzir efeitos profundos na maneira como percebemos o tempo, o corpo e o mundo. Ao entrelaçar ciência, cultura e arte, essa prática ensina a cultivar a sensibilidade como forma de conhecimento e transformação. Com base nesse horizonte conceituai, esta coleção propõe um vestir que também seja um exercício de presença: um caminho silencioso para repensar nossos modos de fazer, sentir e viver.